Tsuyoshi Hayashi nasceu no Japão, mas estudou e fez carreira na Holanda, onde também foi premiado pelo seu trabalho com a linha Kawara. Tudo começou com o banco Kawara, projetado para salvar telhas japonesas rejeitadas industrialmente e depois descartadas. Segundo Hayashi, 5% da produção total de telhas, o que é mais de 65 mil peças por ano, acaba sendo descartada em aterro ou triturada e usada na construção civil. Porém, o designer enxergou um valor único no resíduo: cores, textura, durabilidade e sua curva suave convidam as pessoas a se sentarem.

Cortando a parte danificada da telha e montando-a em uma estrutura de madeira resistente e projetada para este fim, o que era resíduo torna-se útil novamente. Não são necessários pregos ou cola, a telha montada sobre a madeira cria um assento ergonômico por causa da curva natural das telhas e da textura característica. As estruturas de madeira podem ser produzidas como peças únicas ou unidas para criar bancos longos com diferentes alturas.

Na indústria japonesa de telhas, existe uma empresa especializada em fazer esmaltes para as fábricas de telhas. De 30 a 40 novas cores são criadas diariamente para fazer telhas de vidro como amostras de cores para os clientes, mas esses ladrilhos de amostra são descartados depois de servirem como mostruário, mesmo que eles não tenham defeitos. Isso porque é preciso continuar fazendo novas cores e há um limite para o espaço de armazenamento. Como resultado da tentativa e erro, essas peças descartadas têm cores e texturas raras na superfície, que nunca estariam no mercado.

Hayashi percebeu que a indústria local pode gerar desperdícios únicos, e o que é descartado ainda tem fortes encantos e possibilidade de tocar nosso coração, transformando isso em lindas peças com design e sustentabilidade. Abaixo imagens da linha Kawara, como bancos, cadeira e prateleiras.

Imagens: tsuyoshi hayashi.

Comments

comments