Willem Heeffer
Semana passada mostramos aqui no blog como reaproveitar tambor de lavadora, e um dos produtos mostrados no post foi a luminária Drum Lamps, de Willem Heeffer. Os trabalhos de supraciclagem (upcycling) de Willem, e o que ele tem para falar sobre o assunto, são tão admiráveis que achamos obrigatório abrir espaço para que vocês também conheçam mais sobre ele.
Willem nasceu na Holanda, mas mora na Finlândia, onde trabalha como designer praticando supraciclagem. Ele acredita que design bom, é design consciente e que ecologia e ética devem ser parte integrante do nosso presente. Não só na supraciclagem, mas também na reciclagem, no design sustentável, no reutilizar: “Mesmo que tenham ligeira diferença no significado, são todos parte da mesma causa”, ele diz.
Para Willem, supraciclagem é pegar um objeto existente, que serviu a seu propósito até o final de sua vida, e transformá-lo em algo novo que pode ser apreciado novamente: “Para mim, isso significa que quando eu trabalho com materiais descartados, eu tenho que levá-los para fora do seu contexto, usá-los de uma forma inesperada para criar algo novo. O objetivo é primeiro ver um produto bonito, depois descobrir a história por trás dele. Só então os produtos não são mais vistos como lixo e se tornam peças de design.”
Com a ajuda de muitos restaurantes e cafés locais que coletam latas, esses objetos de resíduos cotidianos são transformadas em pendentes funcionais e encantadores. As luminárias são feitas com latas de diversos produtos e marcas.
334 latas foram usadas para fazer os lustres de um restaurante, em Helsinki. São 21 latas de Heinz Beanz para cada lustre, que ficaram perfeitos neste ambiente.
Em tempos de consumo de massa e o curto tempo de vida dos produtos, Willem diz que as pessoas começam a procurar produtos com mais significado e história e acredita que designers com perfis upcycling (um deles é Piet Hein Eek, do qual já falamos aqui no blog) conseguem chegar nesse objetivo e criam produtos que irão formar uma conexão muito mais forte com as pessoas. Willem também insere isso como parte importante do seu trabalho.
No projeto de interior de uma agência de viagens, Willem usou skis para criar o ski-lustre. Já no interior de outra agência, ele usou as luminárias feitas com tambor de lavadora e bancos e painel de parede com sobras de madeira. Em ambas, os produtos deram toque original ao ambiente.
Esperamos que pessoas e trabalhos com o de Willem ganhem cada vez mais espaço, até que a supraciclagem se torne presente no nosso dia a dia. O designer cita o escritor Christopher Barnatt para falar sobre o futuro: “Podemos optar por levar nosso negócio de forma mais sustentável, e este é um objetivo louvável, mas é um mito pensar que podemos continuar a maneira como vivemos, como fazemos agora, mas de uma forma sustentável. Ao invés de se esforçar em direção à sustentabilidade, devemos começar a focar em como podemos desconstruir nossa sociedade de consumo e na transição para um mundo em que consumimos menos e valorizamos mais as coisas. Apenas algumas gerações atrás era normal comprar produtos destinados para durar uma vida, e que foram frequentemente reparados. Em contraste bizarro, hoje, não é incomum as pessoas ainda estarem pagando por coisas que há muito tempo já foram descartadas.”
Para concluir, queremos fazer das palavras de Willem as nossas quando ele fala para as pessoas que querem praticar a supraciclagem: “Veja exemplos e inspire-se como existe uma abundância de coisas boas que é possível fazer com resíduos que você tem em casa e usando ferramentas simples”.
Para conhecer outros trabalhos, além do que mostramos, e mais sobre o designer, aqui: Willem Heeffer.